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Os réus Edson Carlos Bonília, Edilson Santana e Anderson dos Santos Castro foram condenados na manhã desta sexta-feira (26), pelo Tribunal do Júri de Araçatuba pelo assassinato dos frentistas Gerson de Carvalho e Ademir da Silva Lima. O crime aconteceu em junho de 2010 no pátio de um autoposto na rua dos Fundadores, bairro Umuarama, periferia da cidade. Os dois funcionários foram mortos com tiros na cabeça.
O julgamento dos três réus durou 23 horas. Iniciado às 9h desta quinta-feira, a sentença foi proferida às 8h da manhã de hoje pelo juiz José Daniel Dinis Gonçalves. Após 23 horas de depoimentos de testemunhas, dos réus, debates, réplicas e tréplicas entre o MP e três advogados de defesa, o Conselho de Sentença decidiu que os réus são culpados pelas mortes.
Este foi o julgamento mais longo já realizado no Tribunal do Júri de Araçatuba. O segundo júri mais demorado de Araçatuba aconteceu em junho passado e, por coincidência, também contou com a participação do Promotor de Justiça Flávio Hernandes José.
PENAS
Edson Bonília foi condenado a 14 anos de prisão e Edilson Santana a 15 anos e 7 meses. Eles foram condenados pelo homicídio de Gerson. Anderson Santos Castro pegou 28 anos de prisão (pelo duplo homicídio). Todos estão presos em penitenciárias de segurança máxima. Os condenados não terão o direito de apelar em liberdade.
Conforme a denúncia do Ministério Público, o crime foi cometido por Anderson dos Santos Castro, a mando dos outros dois réus. O alvo, conforme ficou apurado no processo criminal, era o frentista Gerson Carvalho. O outro trabalhador foi assassinado sem nenhum motivo, apenas por ter presenciado o crime e, supostamente, ter visto o rosto do atirador.
VINGANÇA
De acordo com o MP, Edilson Santana e Edson Carlos Bonilia teriam sido os mandantes do crime, motivado por vingança. Segundo investigação da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Araçatuba, quatro meses antes do crime, Edilson Santana e Edson Bonília teriam escondido um caminhão furtadoem Santa Fédo Sul num terreno baldio ao lado da casa de Gerson.
Esse caminhão chegou a ser apreendido pela Polícia Militar . No dia da apreensão, Gerson foi visto fornecendo refrigerante aos policiais militares. Por conta disso, a dupla passou a acreditar que ele havia sido o denunciante, o que nunca chegou a ser provado.
A dupla também teria atribuído a denúncia ao frentista porque no dia em que o caminhão foi levado até o terreno baldio, parte do muro da casa de Gerson foi danificada, o que causou certa discussão entre eles.
COMOÇÃO
Conforme o Promotor de Justiça Flávio Hernandez José, os dois frentistas não tiveram nenhuma chance de defesa porque foram pegos de surpresa e baleados pelas costas. Na época do crime, o duplo assassinato causou comoção na população, principalmente no bairro onde as vítimas trabalhavam e moravam. Os homicídios ocorreram durante a última Copa do Mundo, justamento no dia da estreia da seleção brasileira na competição.
O julgamento dos acusados contou com embates acalorados entre o promotor Hernandes José e os advogados Anísio Rodrigues dos Reis, Alex Lapenta e Silva e Emerson Clairton dos Santos, defensores dos réus.
No final do julgamento, os advogados comentaram que deverão recorrer da sentença. Já com o dia claro, os condenados foram escoltados de volta às penitenciários onde cumprem pena.
fonte: Araçatuba News.